Na maneira habitual de falarmos, os termos ANGÚSTIA e ANSIEDADE são mais ou menos sinônimos, designando uma situação de mal-estar tipo medo mas sem estarem bem esclarecidos os motivos desse medo. E a palavra MEDO em geral é usada para designar o mal-estar ou medo de causa mais definida.

Assim, a pessoa pode ter medo de ficar doente ou ter aperto financeiro ou – no Brasil – de ser assaltado, medos definidos. O medo é uma sensação útil, como aviso, para que o indivíduo possa dar-se conta do perigo e tomar medidas de defesa e proteção.
E dizemos que a pessoa tem angústia ou ansiedade sem estar claro a que se refere essa angústia. A pessoa tem a sensação incomoda da iminência do perigo mas não tem definido qual é  o perigo que pode ou poderia acontecer.


É humano sentir medo e é humano sentir angústia (assim como sede, frio etc). Como com outras condições da nossa vida, é também uma questão de quantidade ou intensidade. Um pouco de angústia e de medo pode ser proveitoso, tem que ver com o quanto chamamos de prudência, e pode servir para nos fazer cautelosos em relação a possíveis perigos. Uma quantidade muito maior, pode nos fazer paralisados.

A ansiedade em pequena proporção é necessária e benéfica. Serve como um alerta para que adotemos um mínimo de precaução. Situações perigosas podem ocorrer subitamente, em qualquer época e em qualquer ambiente. É necessário estarmos sempre num certo estado de  atenção. Contudo, muitas pessoas sentem ansiedade numa intensidade e frequência tal que a ansiedade é incômoda,  inútil e prejudicial.

A ansiedade  em geral está ligada também a uma mistura ou embaralhamento de assuntos. Se separarmos os assuntos, passaremos a ter alguns problemas a examinar e resolver, muitas vezes apenas um ou dois, ou ainda três, que repetidamente vêm à consciência, problemas com algum fundamento na realidade ou não.
Como em geral com o nosso funcionamento, parte da maneira de funcionarmos depende de nossa genética, dos genes que recebemos ao ser concebidos, e parte dessa maneira de funcionarmos é condicionada pelas condições da nossa vida, em grande parte pelas condições da nossa vida na infância.
Sabemos que, em parte, a angústia está ligada ao funcionamento, no nosso cérebro, de células – os neurônios – relacionadas com a substancia serotonina.

 

AS DOENÇAS DE ANSIEDADE

No caso das pessoas num estado quase permanente – ou mesmo permanente - de ansiedade trata-se de um estado de doença: a doença ou as doenças de ansiedade.

Uma forma de doença de ansiedade é a doença de ansiedade generalizada, um estado de ansiedade constante e quase dominadora.
Outra forma é a das fobias – a pessoa tem a sensação de ansiedade apenas em certas situações ou atividades ou face a certos objetos – como sair a rua - agorafobia, estar em lugares altos ou fechados, andar de avião, pegar elevador ou enxergar objetos pontudos ou aranhas. Chamamos fobia social a fobia referente ao convívio com outras pessoas.

Em certas pessoas, a ansiedade ocorre em forma de ataques súbitos, em que a pessoa sente ansiedade intensa e com alterações corporais concomitantes. São os chamados ataques de pânico.
Os sintomas físicos que com mais frequência acompanham a sensação de ansiedade nos ataques de pânico são falta de ar, tonturas, sensações de desmaio,dores na região pré-cardíaca, batimentos cardíacos muito fortes ou muito rápidos (palpitações), tremores (às vezes muito intensos), suores, sensações de que a garganta está trancada, náuseas e outras perturbações digestivas, formigamentos, dificuldades para urinar, ondas de frio ou calor.

Muitas pessoas tiveram apenas um ou poucos ataques de pânico; contudo, a partir de terem tido um ataque de pânico, passam a evitar situações em que, supostamente, podem ter a repetição desse ataque de pânico. As pessoas ficam muito limitadas, numa "ansiedade antecipatória" do ataque de pânico que não chega a acontecer. Passam a ter um "comportamento evitativo" – constantemente preocupadas, evitando situações em que possam – supostamente - vir a ter um outro ataque de pânico.