Hoje as pessoas vivem mais, morrem menos.

Doenças como a tuberculose ou a paralisia infantil, que antes causavam tanto preocupação, hoje estão dominadas, ao menos em muitas partes do mundo. Assim, ao viverem mais, as pessoas estão mais sujeitas a doenças como a obesidade e a depressão. Com isso, no mundo ocidental, no atual século XXI, as depressões são a doença mais incapacitante, em segundo lugar apenas para as doenças cardíacas.

 

Sintomas básicos de depressão

As doenças depressivas consistem em alterações do estado de ânimo, a maneira de a pessoa se sentir, com incapacidade de sentir prazer e uma sensação parecida com tristeza, mas pior do que tristeza e sem motivo justificado; a pessoa pode sentir ansiedade e irritabilidade; também  apresenta alterações do nível de vigor físico assim como mental, perturbações de sono e apetite. Há alterações de estado intelectual, com ideias de culpa; a pessoa sente remorso, se acusa de inventadas coisas erradas que tenha feito e tem a idéia (ou "sensação") de falta de valor, de que é inútil e um estorvo para os outros. Vários pacientes têm ideias de que seria melhor morrer e tem mesmo ideias e planos de suicídio.

O estado de depressão é diferente de tristeza por acontecimentos da vida – tais como, entre outros, a morte de uma pessoa  muito querida ou uma  doença grave   em um familiar próximo .

 

A diminuição do vigor

O sintoma mais frequente das depressões é a diminuição de vigor. Quando os sintomas da depressão são leves, o paciente consegue fazer suas atividades, mesmo com dificuldade. Muitos usam estimulantes, o café sendo o mais frequente; algumas vezes, se a primeira consulta é na casa do paciente, vemos uma enorme garrafa térmica com café. Se os sintomas são mais severos, a pessoa não consegue fazer sua atividades, independente do quanto saiba que deveria fazê-las.

A pessoa diz:

"Dr., eu sempre cuidei das minhas folhagens, agora vejo que elas estão murchando e não vou pôr água nelas e deixo morrer."

Ou

"Não é que eu não queira fazer as coisas, ou não saiba que devo fazer – mas apenas fico parada, fazendo nada, esperando nada."

Muitas pessoas passam muitas épocas na sua vida com uma baixa continuada do seu nível de energia para realizar as atividades comuns da vida, o que  pode ser relacionado principalmente a aspectos psicológicos, pessoas acomodadas que se contentam em viver com prazeres limitados.

Mas isso também pode ser o pouco vigor causado pela doença cerebral depressão, sem as pessoas saberem que isso pode ser  modificado  com otratamento adequado. Eventualmente conseguem mesmo ter um trabalho fora de casa, mas conseguem empregos com tarefas mais simples, de remuneração menor. Sentem-se sem energia ao fim do dia em casa e muitas tem poucos amigos e pouco convívio social

Às vezes, acontece que essas pessoas tem uma diminuição ainda maior de sua energia; então, fica escancarada a doença depressiva de que sofreram em menor intensidade em fases anteriores da sua vida e finalmente recebem o tratamento.

 

A falta de esperança

Outro sintoma é a falta de esperança. o paciente pensa ou sente que não vai melhorar e tem certeza disso. Muitos pacientes depois de recuperados dizem “A falta de esperança é a pior parte da depressão”.

Quando o médico atende um paciente com sintomas de depressão e lhe diz que vai ficar bem, a reação do paciente é não acreditar.

Isso é muito importante – se o paciente concordar com o médico, que vai ficar bom, isso pode significar que seus sintomas - semelhantes aos sintomas da doença cerebral depressão - podem estar sendo causados por uma doença ou alteração de outra parte do organismo, com sintomas simulando um episódio depressivo.

 

As recaídas

Muitas depressões ocorrem em fases, com melhora e mesmo alivio completo dos sintomas mas com a  ocorrência de recaídas. Depois de fazer tratamento e melhorar, é importante que a pessoa continue com o tratamento. Sabe-se que a continuação do tratamento com o qual o paciente melhorou da depressão ajuda a evitar as  recaídas.

 

As doenças bipolares

Há também um tipo de doença em que a pessoa apresenta não só os sintomas depressivos como períodos com os sintomas opostos, com energia aumentada e ideias grandiosas – são os transtornos de humor do tipo bipolar, com um polo depressivo e o outro polo, oposto, acelerado, chamado “maníaco”.

Certas pessoas apresentam os sintomas de bipolaridade em uma forma branda, ao longo da vida. Contudo, é importante o diagnóstico correto. Há pessoas que apresentam períodos frequentes com o baixo vigor típico dos sintomas depressivos e que, em certos períodos, melhoram; ficam então tão animadas com a melhora, que tentam fazer muito, para compensar as épocas de incapacidade; são pessoas com longos períodos de depressão branda e certas épocas (muitas vezes curtas) de certo alívio. Essas pessoas não tem doença bipolar, tem apenas doença depressiva com alguns períodos de alivio.

 

As depressões unipolares

As pessoas que sofrem recaídas da sua depressão mas não apresentam nunca as fases de aceleração das doenças bipolares dizemos que tem "depressão unipolar com recaídas" ou "recidivante".

É importante o diagnóstico correto das depressões, se é a forma unipolar ou bipolar porque há diferenças nos procedimentos terapêuticos conforme uma ou outra forma da doença depressiva.

 

Frequência

As depressões unipolares , em alguma época da vida afetam mais ou menos um em cada seis homens e uma em cada quatro mulheres.

As depressões bipolares afetam mais ou menos 1% da população, homens ou mulheres.

 

Causas das depressões

As causas das doenças depressivas incluem uma suscetibilidade geneticamente determinada.

Em muitas pessoas, a doença parece desencadeada por alguma situação penosa na sua vida mas, após um episódio de doença, a pessoa pode apresentar uma recaída – um novo episódio de depressão – independente de acontecimentos na sua vida.